sábado, julho 31, 2004


Coração Posted by Hello
CORAZÓN CORAZA

Porque te tengo y no
porque te pienso
porque la noche está de ojos abiertos
porque la noche pasa y digo amor
porque has venido a recoger tu imagen
y eres mejor que todas tus imágenes
porque eres linda desde el pie hasta el alma
porque eres buena desde el alma a mí
porque te escondes dulce en el orgullo
pequeña y dulce
corazón coraza

porque eres mía
porque no eres mía
porque te miro y muero
y peor que muero
si no te miro amor
si no te miro

porque tú siempre existes dondequiera
pero existes mejor donde te quiero
porque tu boca es sangre
y tienes frío
tengo que amarte amor
tengo que amarte
aunque esta herida duela como dos
aunque te busque y no te encuentre
y aunque la noche pase
y yo te tenga
y no.

Mario Benedetti

quarta-feira, julho 28, 2004


flor de incêndio.. Posted by Hello
Poema para habitar

 A casa desabitada que nós somos
pede que a venham habitar,
que lhe abram as portas e as janela
se deixem passear o vento pelos corredores.

Que lhe limpem os vidros da alma
e ponham a flutuar as cortinas do sangue
– até que uma aurora simples nos visite
com o seu corpo de sol desgrenhado e quente.

Até que uma flor de incêndio rompa
o solo das lágrimas carbonizadas e férteis.
Até que as palavras de pedra que arrancamos da língua
sejam aproveitadas para apedrejarmos a morte.

Albano Martins

segunda-feira, julho 26, 2004


a dream within a dream?

 Posted by Hello
A Dream Within a Dream

Take this kiss upon the brow!
And, in parting from you now,
Thus much let me avow:
You are not wrong who deem
That my days have been a dream;
Yet if hope has flown away
In a night, or in a day,
In a vision, or in none,
Is it therefore the less gone?
All that we see or seem
Is but a dream within a dream.

I stand amid the roar
Of a surf-tormented shore,
And I hold within my hand
Grains of the golden sand--
How few! yet how they creep
Through my fingers to the deep,
While I weep--while I weep!
O God! can I not grasp
Them with a tighter clasp?
O God! can I not save
One from the pitiless wave?
Is all that we see or seem
But a dream within a dream?

Edgar Allan Poe

segunda-feira, julho 19, 2004


pain.. Posted by Hello
LA HERIDA

Nada, ni el sordo horror, ni la ruidosa verdad, ni el rostro amargo de la duda, ni este incendio en la selva de mi cuerpo que amenaza con no extinguirse nunca, ni la terrible imagen que golpea mis ojos y tortura mi cerebro, ni el juego cruel, ni el fuego que destruye esa otra imagen de armonía y fuerza, ni tus palabras, ni tus movimientos, ni ese lado salvaje de tu calle, impedirán que encienda en tu costado la luz que da la vida y da la muerte: tarde o temprano sangrará tu herida, y no será momento de hacer frases.

Luis Alberto de Cuenca

sexta-feira, julho 16, 2004


A hug for life Posted by Hello
Paulinha!! És tão liiiindaaaa!! Xte é para nós dois..:o)
 
O meu Abrigo 
 
Olha pra mim
Deixa voar os sonhos
Deixa acalmar a tormenta
Senta-te um pouco aí
 
Olha pra mim
Fica no meu abrigo
Dorme no meu abraço
E conta comigo
Que eu estarei aqui

enquanto anoitece,enquanto escurece
e os brilhos do mundo
cintilam em nós
enquanto tu sentes
que se quebrou tudo
eu estarei
sempre que te sentires só

Olha pra mim
Hoje não há  batalhas
Hoje não há  tristeza
deixa sair o sol
 
Olha pra mim
fica no meu abrigo
perde-te nos teus sonhos
e conta comigo

enquanto anoitece,enquanto escurece
e os brilhos do mundo
cintilam em nós
enquanto tu sentes
que se quebrou tudo
eu estarei sempre
que te sentires só

enquanto anoitece,enquanto escurece
e os brilhos do mundo
cintilam em nós
enquanto tu sentes
que se quebrou tudo
eu estarei sempre
que te sentires só

eu estarei sempre
que te sentires só
 
Mafalda Veiga
 

terça-feira, julho 13, 2004


Quem.. Posted by Hello
Ainda ontem pensava que não era
mais do que um fragmento trémulo sem ritmo
na esfera da vida.
Hoje sei que sou eu a esfera,
e a vida inteira em fragmentos rítmicos move-se em mim.

Eles dizem-me no seu despertar:
" Tu e o mundo em que vives não passais de um grão de areia
sobre a margem infinita
de um mar infinito."

E no meu sonho eu respondo-lhes:
"Eu sou o mar infinito,
e todos os mundos não passam de grãos de areia
sobre a minha margem."

Só uma vez fiquei mudo.
Foi quando um homem me perguntou:
"Quem és tu?"


Kahlil Gibran

segunda-feira, julho 12, 2004


Aos GRRRRAAANDEEESSS AMIGOS Posted by Hello
Xtou de volta..não me perguntem komo, nem porquê; nem mesmo sei porque parti para local tão cinzento em tempo de verão (saudades da chuva talvez).
Voltei e antes demais, komo faz quem regressa, deixai-me saudar os Amigos.



Os amigos

Esses estranhos que nós amamos
e nos amam
olhamos para eles e são sempre
adolescentes, assustados e sós
sem nenhum sentido prático
sem grande noção da ameaça ou da renúncia
que sobre a luz incide
descuidados e intensos no seu exagero
de temporalidade pura

Um dia acordamos tristes da sua tristeza
pois o fortuito significado dos campos
explica por outras palavras
aquilo que tornava os olhos incomparáveis

Mas a impressão maior é a da alegria
de uma maneira que nem se consegue
e por isso ténue, misteriosa:
talvez seja assim todo o amor


José Tolentino de Mendonça

terça-feira, julho 06, 2004


... Posted by Hello
O mundo está torto, isso ou então sou eu; mais dobrado sobre mim próprio do que qualquer outra folha de papel ou farrapo velho..

Um dia, a solidão
- que dor de vergonha! -
levou-me pela mão
para seu baluarte
e disse-me " sonha!
O sonho é a tua lei"

E eu para ali fiquei,
Tão farto de ser eu,
A ouvir o meu coração
Bater em toda a parte,
Nos astros do chão,
Nas pedras do céu.

E eu para ali fiquei
A arrancar a carne das unhas,
Sozinho no meu jardim,
A viver sem testemunhas
No espelho de mim.

E eu para ali fiquei
Com o mundo a obedecer aos meus caprichos:
A luz, as flores, os bichos

E o sol enforcado na floresta,
Na alucinação
Duma corda de lava
A baloiçar ao vento da minha'alma à solta…

E eu para ali fiquei
- pobre de mim que ignorava
a dor da verdadeira solidão
que é esta! Que é esta!…

Muita gente à minha volta
E eu aos tombos pelas ruas,
longe de todos e de mim,
a morrer pelos outros
em barricadas de estrelas e de luas.

José Gomes Ferreira